HONÓRIO GAUDÉRIO O GAÚCHO GROSSO

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terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

ÍNDIOS E NEGROS NA REVOLUÇÃO FARROUPILHA (LANCEIROS NEGROS) GUERRA DOS FARRAPOS

Temos assistido a um processo de releitura da história do Rio Grande do Sul, que ressalta a diversidade de sua composição étnica e a importante contribuição de índios, negros e mestiços na formação social da região. Tem sido conferido destaque ao papel dos lanceiros negros na Revolução Farroupilha e ao polêmico Combate de Porongos.

Os negros desempenharam papel fundamental nas forças militares rebeldes durante a Guerra dos Farrapos. Em troca da promessa de liberdade ao final do conflito, muitos escravos lutaram no exército farroupilha. Em alguns momentos, estima-se que eles tenham composto de um terço até metade das tropas revoltosas. Antes da criação dos destacamentos de lanceiros, os negros desempenharam papel de destaque na tomada das cidades de Porto Alegre e Pelotas. 
O relato do escravo de nação angola José, que lutou como soldado farrapo e desertou em 1837, ajuda a compreender o peso dos negros na composição das tropas republicanas. Em depoimento às autoridades do Império, José informou que “a infantaria dos brancos” havia quase toda desertado e que naquele momento a mesma seria composta “de pretos, uns com armas e outros com lanças”. 
Lutar como lanceiro muitas vezes se mostrava como uma alternativa à vida em cativeiro, visto que, para além da miragem da liberdade ao final do conflito, a atuação no campo de batalha oferecia oportunidades de fuga, mesmo que isso implicasse o temor diário da morte em batalha. (Vinicius Pereira de Oliveira e Daniela Vallandro de Carvalho/Os lanceiros Francisco Cabinda, João Aleijado, Preto Antonio e outros personagens negros da Guerra dos Farrapos)

Foto: Lunara - Fogão gaúcho, década de 1900 (acervo do Museu Joaquim José Felizardo)


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