A bela e tranquila cidade de Glorinha, distante 45 Km de POA esta vivendo mais uma batalha, talvez isso já seja
marca da cidade, que traz no nome de um de seus bairros esse estigma,
A cidade foi pega de surpresa com a possibilidade da instalação de um aterro sanitário no município, os moradores
da bela cidade esperavam a instalação de uma fábrica, segundo a prefeitura, de lâmpadas de LED, porém a área
vendida por um empresário da cidade, apoiador da campanha do atual prefeito, não se destinou ao
empreendimento esperado, para a surpresa dos moradores o local esta sendo rondado há 3 anos para a instalação
de um gigantesco aterro sanitário com pretensão de ser um dos maiores do Brasil, para este local virá lixo de cidades
num raio de 150 km de Glorinha, mais ou menos 40 cidades, entre litoral, a serra e POA.
O fato de ser um aterro e não uma indústria de lâmpadas só veio à tona por que os vereadores receberam no dia 14
de agosto a informação do prefeito e o convite para conhecer as instalações da empresa Estre Ambiental em
Curitiba, uma viagem certada de erros e totalmente direcionada, a empresa queria,
e conseguiu com alguns
vereadores,
iludir quem não tinha conhecimento ambiental para tal analise.
Os vereadores foram comunicados da intenção da empresa na segunda, dia 14, viajaram na quinta, dia 24, e
retornaram na sexta, dia 25, pela manha, a noticia da instalação de um aterro sanitário correu como rastilho de
pólvora na pequena e bela cidade,
montou-se um movimento popular, foi articulada uma primeira reunião no final
de semana e na segunda seguinte, dia 28,
os moradores lotaram o plenário da câmara para assistir as justificativas
de um aterro sanitário no município, a maioria ficou na rua em frente à câmara por não ter mais lugares no plenário,
em torno de 500 pessoas.
No decorrer da semana a prefeitura tratou de desmentir a fabrica de LED e passaram a usar outros argumentos, os
empregos que seriam gerados no município, primeiramente se falava em 1000 empregos diretos e indiretos, à
medida que as discussões aumentavam na cidade a prefeitura tentava, de todas as formas, vincular o aterro com o
projeto que já estava em andamento, o licenciamento de uma área para um galpão de reciclagem e a justificativa de
que não seria para varias cidades, mas somente para Glorinha, aos poucos a quantidade de empregos começou a ser
diminuída nos discursos da prefeitura, passaram a 250/300 empregos diretos e indiretos e muitas promessas de
desenvolvimento da região, porém nenhuma informação sobre o aterro, qual o volume de lixo?
Que tipo de lixo?
Porque em Glorinha?
Nada dessas informações foram passadas pelos órgãos municipais, a única justificativa era os
empregos e a geração de energia obtida pela queima de gás metano.
Algumas informações começaram a ser
levantadas pelo grupo de populares contrários à vinda do aterro para Glorinha,
Os primeiros dados foram obtidos via internet, informações de batalhas de cidades Brasil a fora contra os aterros
gigantes gerenciados pela empresa Estre Ambiental, muitas especulações começaram a rondar a cidade, até que se
surgiu um número para consulta no
SOL – Sistema de licenciamento on line da FEPAM
e se teve a real dimensão do
problema, o empreendimento em Glorinha já tinha dado entrada no sistema da FEPAM – SOL, sob o nº 15911, no dia
05/07/2017 e no dia 05/08/2017 foi identificado o pagamento das taxas de licença previa para o EIA/RIMA no valor
de R$ 273.267,31, a prefeitura sabia de todo o tramite, pois no dia 30 de agosto de 2017 entregou à Estre Ambiental
uma declaração dando total autonomia para a empresa trazer resíduos de outros municípios e depositar em
Glorinha, a partir da descoberta dos dados no sistema SOL começaram a ser apresentados para a população os reais
dados da implantação da empresa em Glorinha, os 250/300 empregos se reduziram a 50 na área operacional, 21 na
área administrativa e 10 na área de separação de resíduos, com carteira assinada pela Estre ambiental, outros dados
levantados foram a não contemplação de uma usina de geração de energia a partir da queima do metano, o tipo de
resíduos que virão para Glorinha, classe I, altamente poluidora, resíduos de fundição e óleos de arrefecimento de
siderúrgicas, altamente cancerígeno e carcinogênico, mesmo óleo do desastre da
Utresa em 2006 no Rio do Sinos.
A área do banhando Grande, segundo o plano estadual de resíduos sólidos, é área nula para esse tipo de
empreendimento, seu solo arenoso, seu lençol freático superficial, suas nascentes e sua grande importância para a
formação do rio Gravataí leva-nos a pensar que tipo de empresa escolhe uma APA para instalar um aterro sanitário e
ainda assim balança uma bandeira de educação ambiental?
Qual o comprometimento com a vida essa empresa
tem?
Nenhum.
Leandro Martins
Biólogo
NOTA DO BLOG.
O blog, é totalmente contra a instalação do aterro sanitario
na cidade de Glorinha.
Imagens arquivo do blog.
Imagens arquivo do blog.
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