HONÓRIO GAUDÉRIO O GAÚCHO GROSSO

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terça-feira, 19 de setembro de 2017

O paraíso entre a serra, o mar e a capital pede socorro -Glorinha.

A bela e tranquila cidade de Glorinha, distante 45 Km de POA esta vivendo mais uma batalha, talvez isso já seja marca da cidade, que traz no nome de um de seus bairros esse estigma, 
Contendas – local de batalhas. 


A cidade foi pega de surpresa com a possibilidade da instalação de um aterro sanitário no município, os moradores da bela cidade esperavam a instalação de uma fábrica, segundo a prefeitura, de lâmpadas de LED, porém a área vendida por um empresário da cidade, apoiador da campanha do atual prefeito, não se destinou ao empreendimento esperado, para a surpresa dos moradores o local esta sendo rondado há 3 anos para a instalação de um gigantesco aterro sanitário com pretensão de ser um dos maiores do Brasil, para este local virá lixo de cidades num raio de 150 km de Glorinha, mais ou menos 40 cidades, entre litoral, a serra e POA. 
O fato de ser um aterro e não uma indústria de lâmpadas só veio à tona por que os vereadores receberam no dia 14 de agosto a informação do prefeito e o convite para conhecer as instalações da empresa Estre Ambiental em Curitiba, uma viagem certada de erros e totalmente direcionada, a empresa queria,
 e conseguiu com alguns vereadores, 
iludir quem não tinha conhecimento ambiental para tal analise. 
Os vereadores foram comunicados da intenção da empresa na segunda, dia 14, viajaram na quinta, dia 24, e retornaram na sexta, dia 25, pela manha, a noticia da instalação de um aterro sanitário correu como rastilho de pólvora na pequena e bela cidade, 
montou-se um movimento popular, foi articulada uma primeira reunião no final de semana e na segunda seguinte, dia 28, 
os moradores lotaram o plenário da câmara para assistir as justificativas de um aterro sanitário no município, a maioria ficou na rua em frente à câmara por não ter mais lugares no plenário, em torno de 500 pessoas. 

No decorrer da semana a prefeitura tratou de desmentir a fabrica de LED e passaram a usar outros argumentos, os empregos que seriam gerados no município, primeiramente se falava em 1000 empregos diretos e indiretos, à medida que as discussões aumentavam na cidade a prefeitura tentava, de todas as formas, vincular o aterro com o projeto que já estava em andamento, o licenciamento de uma área para um galpão de reciclagem e a justificativa de que não seria para varias cidades, mas somente para Glorinha, aos poucos a quantidade de empregos começou a ser diminuída nos discursos da prefeitura, passaram a 250/300 empregos diretos e indiretos e muitas promessas de desenvolvimento da região, porém nenhuma informação sobre o aterro, qual o volume de lixo? 
Que tipo de lixo? 
Porque em Glorinha? 
Nada dessas informações foram passadas pelos órgãos municipais, a única justificativa era os empregos e a geração de energia obtida pela queima de gás metano. 



Algumas informações começaram a ser levantadas pelo grupo de populares contrários à vinda do aterro para Glorinha, Os primeiros dados foram obtidos via internet, informações de batalhas de cidades Brasil a fora contra os aterros gigantes gerenciados pela empresa Estre Ambiental, muitas especulações começaram a rondar a cidade, até que se surgiu um número para consulta no 
SOL – Sistema de licenciamento on line da FEPAM 
e se teve a real dimensão do problema, o empreendimento em Glorinha já tinha dado entrada no sistema da FEPAM – SOL, sob o nº 15911, no dia 05/07/2017 e no dia 05/08/2017 foi identificado o pagamento das taxas de licença previa para o EIA/RIMA no valor de R$ 273.267,31, a prefeitura sabia de todo o tramite, pois no dia 30 de agosto de 2017 entregou à Estre Ambiental uma declaração dando total autonomia para a empresa trazer resíduos de outros municípios e depositar em Glorinha, a partir da descoberta dos dados no sistema SOL começaram a ser apresentados para a população os reais dados da implantação da empresa em Glorinha, os 250/300 empregos se reduziram a 50 na área operacional, 21 na área administrativa e 10 na área de separação de resíduos, com carteira assinada pela Estre ambiental, outros dados levantados foram a não contemplação de uma usina de geração de energia a partir da queima do metano, o tipo de resíduos que virão para Glorinha, classe I, altamente poluidora, resíduos de fundição e óleos de arrefecimento de siderúrgicas, altamente cancerígeno e carcinogênico, mesmo óleo do desastre da 
Utresa em 2006 no Rio do Sinos.
 A área do banhando Grande, segundo o plano estadual de resíduos sólidos, é área nula para esse tipo de empreendimento, seu solo arenoso, seu lençol freático superficial, suas nascentes e sua grande importância para a formação do rio Gravataí leva-nos a pensar que tipo de empresa escolhe uma APA para instalar um aterro sanitário e ainda assim balança uma bandeira de educação ambiental? 
Qual o comprometimento com a vida essa empresa tem? 
Nenhum.
 Leandro Martins
Biólogo

NOTA DO BLOG.

O blog, é totalmente contra a instalação do aterro sanitario
na cidade de Glorinha.
Imagens arquivo do blog.




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