Sou índio xucro,
arredio,
que não se entrega por qualquer afago,
já mudei muita vez de pago,
em busca da solidão,
muito estrela,
vi,
deitado no chão,
por cima dos meus pelegos,
de "lobisome",
já tive medo,
mas era muito tempo atrás,
ainda mais, quando rapaz,
acreditava na humanidade,
que hoje vive na cidade,
esquecendo, daquele tempo,
que palavra, corria ao vento,
sendo verdade ou não,
um quera, valia o que era,
e não pelo que na guaiaca tinha,
vi macho, buenacho,
perder tudo na rinha,
e voltar a viver na solidão,
mas viver solito,
é minha sina,
escolha que fiz no céu,
antes de nascer, nesse mundaréu,
nessa vida,
regateei com o patrão velho,
que no Rio Grande, nascer eu quero,
mas sem porteira, cabresto nem arreio,
sou índio xucro, ressabiado,
com a lida do matrimônio,
não sou jaguara com fome,
que se entrega por qualquer osso,
nasci índio, na tapera,
nascido muito grosso.
Tenho dito.
Por Emerson C Matos
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